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Visita à Nossa Senhora do Silêncio


Entrada dos presbíteros em silêncio.


Cel: Nós vos louvamos e vos bendizemos, Senhor!

Todos: Porque associastes a Virgem Maria à obra da salvação.

Cel: Nós contemplamos vossas dores, ó Mãe de Deus.

Todos: E vos seguimos no caminho da fé!

 
Canto: Stabat Mater Dolorosa

STABAT MATER DOLOROSA

IUXTA CRUCEM LACRIMOSA

DUM PEDEBAT FILIUS


Era su'alma um gemido,

era uma dor, era um grito,

quando uma espada a transpassou.


Ó que triste e aflita

estava a bendita Mãe do Unigênito!


STABAT MATER DOLOROSA...


Qual é o homem que não chora,

ao ver a Mãe de Cristo

em tanto suplício!


Pelos pecados de sua gente

ela vê a Jesus em tormentos,

submetido aos açoites.


STABAT MATER DOLOROSA...


Ela vê seu Filho amado

morrendo, desolado,

e que entrega o seu Espírito.


Ó Cristo, quando eu morrer,

por tua bendita Mãe

faze-me conseguir

a palma da vitória.


AMÉM, AMÉM, AMÉM. (BIS)

 
MARIA RECEBE EM SEUS BRAÇOS O CORPO DE JESUS

“Filho meu, meu Filho, que te fizeram?

Tu lhes anunciaste uma grande libertação e eis o fracasso que te impuseram!

Tu curaste a tantos com as tuas mãos e eis que as transpassaram!

Filho meu, meu Filho, que te fizeram?

Tu restituíste a vida a tantos e eis que tantos se uniram para tirar-te a vida!

Tu fizeste só o bem e eis o mal que lhe causaram!

Filho meu, meu Filho, que te fizeram?

Que mais devia ter-lhes feito e não fizeste?

Não lhes deste o corpo, as vestes e a vida?

E eis que perfuram o teu coração!

Filho meu, meu Filho, cumpriste a vontade do Pai, porque foste fiel até o fim.

Porque nunca te acomodaste a este mundo.

Porque não quiseste o pouco mas tudo: o Reino de teu Pai, com sua justiça e fraternidade.

Repousa, filho meu porque teu Pai, por tua vida, por tua entrega e por tua morte já se apiedou e redimiu o mundo”.


 
Canto: Diário de Maria

Olho nos teus olhos e em meio a tanto pranto

Parece mentira que o crucificaram.

Que és o pequeno, que eu embalei,

que adormecia tão logo em meus braços.

Aquele que sorria ao olhar o céu

E quando rezava, ficava sério.


Sobre este madeiro vejo o pequeno

que entre os doutores falava no Templo.

Que quando perguntei, respondeu com calma,

que se encarregava dos assuntos de Deus.

Esse mesmo menino que está na cruz,

o Rei dos homens se chama Jesus.


Esse mesmo homem já não era um menino

quando naquelas bodas lhe pedi mais vinho.

Que alimentou a tantas pessoas

e aos pobres e enfermos os olhou de frente.

Sorriu com aqueles a quem tanto amou

e chorou em silêncio ao morrer seu amigo.


Já cai a tarde, o céu fica nublado.

Logo voltarás ao teu Pai eterno.

Dorme pequeno, dorme meu menino.

A quem eu entreguei todo meu carinho.

Como em Nazaré, naquela manhã,

eis aqui tua serva, eis aqui tua escrava.

 
Leitura do ofício de Nossa Senhora das Dores, de São Bernardo, abade.

O martírio da Virgem é mencionado tanto na profecia de Simeão quanto no relato da paixão do Senhor. Este foi posto, diz o santo ancião sobre o menino, como um sinal de contradição, e a Maria: e uma espada transpassará tua alma (cf. Lc 2,34-35).


Verdadeiramente, ó santa Mãe, uma espada transpassou tua alma. Aliás, somente transpassando-a, penetraria na carne do Filho. De fato, visto que o teu Jesus – de todos certamente, mas especialmente teu – a lança cruel, abrindo-lhe o lado sem poupar um morto, não atingiu a alma dele, mas ela transpassou a tua alma. A alma dele já ali não estava, a tua, porém, não podia ser arrancada dali. Por isso a violência da dor penetrou em tua alma e nós te proclamamos, com justiça, mais do que mártir, porque a compaixão ultrapassou a dor da paixão corporal.


E pior que a espada, transpassando a alma, não foi aquela palavra que atingiu até a divisão entre alma e o espírito: Mulher, eis aí teu filho? (Jo 19,26). Oh! Que troca incrível! João, Mãe, te é entregue em vez de Jesus, o servo em lugar do Senhor, o discípulo pelo Mestre, o filho de Zebedeu pelo Filho de Deus, o puro homem, em vez do Deus verdadeiro. Como ouvir isso deixaria de transpassar tua alma tão afetuosa, se até a sua lembrança nos corta os corações, tão de pedra, tão de ferro?


Não vos admireis, irmãos, que se diga ter Maria sido mártir na alma. Poderia espantar-se quem não se recordasse do que Paulo afirmou que entre os maiores crimes dos gentios estava o de serem sem afeição. Muito longe do coração de Maria tudo isto; esteja também longe de seus servos.


Talvez haja quem pergunte: “Mas não sabia ela de antemão que iria ele morrer?” sem dúvida alguma. “E não esperava que logo ressuscitaria?” Com toda a confiança. “E mesmo assim sofreu com o crucificado?” Com toda a veemência. Aliás, tu quem és ou donde tua sabedoria, para te admirares mais de Maria que compadecia, do que do Filho de Maria a padecer? Ele pôde morrer no corpo; não podia ela morrer juntamente no coração? É obra da caridade: ninguém a teve maior! Obra de caridade também isto: depois dela nunca houve igual.


SEQUÊNCIA DE NOSSA SENHORA DAS DORES

  1. De pé a Mãe dolorosa, / junto da cruz, lacrimosa,/ via Jesus que pendia.

  2. No coração transpassado / sentia o gládio enterrado / de uma cruel profecia.

  3. Mãe entre todas bendita, / do Filho único aflita, / a imensa dor assistia.

  4. E, suspirando, chorava / e da cruz não se afastava, / ao ver que o Filho morria.

  5. Pobre mãe tão desolada, / ao vê-la assim transpassada, / quem de dor não choraria?

  6. Quem na terra há que resista, / se a mãe assim se contrista / ante uma tal agonia?

  7. Para salvar sua gente, / eis que seu Filho inocente / suor e sangue vertia.

  8. Na cruz por seu Pai chamando / vai a cabeça inclinando, / enquanto escurece o dia.

  9. Faze, ó Mãe, fonte de amor / que eu sinta em mim tua dor / para contigo chorar.

  10. Faze arder meu coração, / partilhar tua paixão / e teu Jesus consolar.

  11. Ó Santa Mãe, por favor, / faze que as chagas do amor / em mim se venham gravar.

  12. O que Jesus padeceu / venha a sofrer também eu, / causa de tanto penar.

  13. Ó dá-me, enquanto viver / com Jesus Cristo sofrer / contigo sempre chorar.

  14. Quero ficar junto à cruz / velar contigo a Jesus, / e o teu pranto enxugar.

  15. Virgem Mãe tão Santa e pura, / vendo eu a tua amargura, / possa contigo chorar.

  16. Que do Cristo eu traga a morte, / sua paixão me conforte, / sua cruz possa abraçar!

  17. Em sangue as chagas me lavem / e no meu peito se gravem, / para não mais se apagar.

  18. No julgamento consegue / que às chamas não seja entregue / quem soube em ti se abrigar.

  19. Que a Santa cruz me proteja, / que eu vença a dura peleja, / possa do mal triunfar!

  20. Vindo, Ó Jesus, minha hora, / por essas dores de agora, / no céu mereça um lugar.


COROA DE NOSSA SENHORA DAS DORES

Cel.: A Igreja nos ensina a meditar nas “Sete dores de Maria”, esses momentos cruciais, martirizantes que ela viveu. Contemplá-las é haurir lições e graças preciosas, assim como contemplar a Via-Sacra de Jesus Cristo. A devoção a Nossa Senhora das Dores é das mais ricas. Por sua dor, Ela nos ensina que se chega à perfeição cristã pelo sofrimento aceito com fé, paciência e oferecido a Deus como matéria-prima de salvação e profunda comunhão com Deus (Rm 8,18.28).


Venerar a Rainha dos Mártires é receber o dom da fortaleza para as lutas da vida. Meditar as dores de Maria nos faz crescer no amor para com Ela, assim como meditar a Paixão do Senhor nos faz amá-lo mais, principalmente neste santo tríduo pascal.


Cel.: Pelo sinal da Santa Cruz,

Todos: livrai-nos, Deus nosso Senhor, dos nossos inimigos.


Credo - Pai-nosso - Ave-Maria


PRIMEIRA DOR - PROFECIA DE SIMEÃO

Leitor 1: A primeira dor de Maria foi a dor moral ao ouvir o velho Simeão lhe apresentar a “espada da dor” que iria acompanhá-la por toda a vida.


Diácono: “O Pai e a mãe estavam maravilhados com o que se dizia do menino. Simeão os abençoou e disse a Maria, mãe do menino: ‘Eis que este menino vai ser causa de queda e elevação de muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. Quanto a ti, uma espada há de atravessar-te a alma. Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações’” (Lc 2, 33-35).


Leitor 2: Sobre esta primeira dor, medita São João Damasceno: “Esta mulher, repleta de graças que superam toda medida natural... as dores que não conheceu no parto, sofreu-as durante a Paixão, sentindo-se lacerar por inteira devido ao seu afeto maternal, sentindo-se atravessada como que por espadas quando via ser morto, como um malfeitor, aquele que Ela havia reconhecido que era Deus, quando o gerou. Assim deve ser compreendida esta profecia: “A espada da dor traspassará tua alma (Lc 2, 35)”. Mas a alegria da ressurreição, que cantava a divindade daquele que morrera na carne, absorveu toda a dor. Virgem das Dores, por este momento em que ficastes em pé diante da profecia de Simeão, concedei-nos a virtude da humildade e da disponibilidade no serviço do Reino.


Rezam-se um Pai-nosso, sete Ave-marias e um glória.


Oração do presidente: Ó Deus, que cumprindo a promessa feita aos nossos pais, escolhestes a Virgem Maria, admirável Filha de Sião, concedei-nos seguir os exemplos daquela que vos agradou pela humildade e nos fez ditosos por sua obediência. Virgem das Dores, por este momento em que ficastes em pé diante da profecia de Simeão, concedei-nos a virtude da humildade e da disponibilidade no serviço do Reino. Assim seja, amém.


SEGUNDA DOR - FUGA PARA O EGITO

Leitor 1: A segunda dor é seu desterro para o Egito, com José e o Menino, fugindo da perseguição de Herodes.


Diácono: “Depois que os magos partiram, o Anjo do Senhor apareceu em sonho a José e lhe disse: “Levanta-te, pega o menino e sua mãe e foge para o Egito! Fica lá até que eu te avise! Porque Herodes vai procurar o menino para matá-lo”. José levantou-se de noite, pegou o menino e sua mãe, e partiu para o Egito. Ali ficou até a morte de Herodes, para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: “Do Egito chamei o meu Filho.” (Mt 2, 13-15)


Leitor 2: Diz São João Crisóstomo que “desde os primeiros dias de nossa vida devemos esperar tentações e perigos. Considerai como, logo, desde o berço, foi isso o que aconteceu a Jesus. Apenas nascido, já o furor do tirano desencadeou-se contra ele e o obrigou a transferir-se para buscar refúgio em um lugar de exílio. E sua mãe, pura e inocente, foi obrigada a fugir para um país estrangeiro. Que este exemplo nos empurre, então, a suportar firmemente as dificuldades e nos faça conhecer que, normalmente, esta é a sorte dos homens espirituais, isto é: ter como inseparável companhia as provas e tribulações. Observai o que aconteceu, não somente à mãe de Jesus, mas também aos magos. Tiveram que retirar-se furtivamente, quase como fugitivos. E a Virgem, que sequer costumava sair de casa, foi obrigada a fazer um caminho longo e fadigoso, por causa daquele extraordinário e surpreendente nascimento espiritual. Virgem Bendita: que o povo cristão, amparado por vós e seguindo vosso exemplo, seja capaz de dizer não a tudo o que venha ferir a dignidade das pessoas, e aprenda a servir sem nada esperar em troca.


Rezam-se um Pai-nosso, sete Ave-marias e um glória.


Oração do presidente: Ó Deus, que pela virgindade fecunda de Maria, destes à humanidade a salvação eterna, fazei-nos sentir sempre a sua intercessão, pois ela nos trouxe o Autor da Vida. Ele que convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo.


TERCEIRA DOR - MARIA PROCURA JESUS EM JERUSALÉM

Leitor 1: A terceira dor de Maria é a da perda de Jesus em Jerusalém, aos doze anos.


Diácono:  “Passados os dias festivos, o Menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o soubessem. Julgando que Ele vinha na caravana, fizeram um dia de viagem e começaram a procurálo entre os parentes e conhecidos. Não o encontrando, voltaram a Jerusalém, à sua procura. Passados três dias, encontraram-no no templo, sentado no meio dos doutores, a ouvi-los e a fazer-lhes perguntas. Todos aqueles que O ouviam estavam surpreendidos com a sua inteligência e as suas respostas. Quando viram Jesus, seus pais ficaram admirados; e sua Mãe disse-Lhe: «Filho, porque procedeste assim conosco? Teu pai e eu andávamos aflitos à tua procura». Jesus respondeu-lhes: «Por que Me procuráveis? Não sabíeis que Eu devia estar na casa de meu Pai?» (Lc 2, 41-49)


Leitor 2: Sobre esta terceira dor, João Paulo II, em 1999, comentava o modo como Maria – que tinha carregado Jesus em seu coração e o tinha protegido contra Herodes, fugindo ao Egito – confessa humanamente a sua grande angústia pelo filho. Sabe que deve velar, estar presente no seu caminho. Sabe que, mediante o amor e o sacrifício colaborará com Ele na obra da Redenção. Virgem santa, Virgem Bela, conservai-nos na esperança e no amor a vosso Filho Jesus, para que jamais nos afastemos da salvação que Ele nos deu com sua palavra e com sua vida.


Rezam-se um Pai-nosso, sete Ave-marias e um glória.


Oração do presidente: Senhor, nosso Deus, que a vossa Igreja, à semelhança da Virgem Maria, vos sirva de coração sincero, e, com a lâmpada da fé acesa, corra alegremente ao encontro do Esposo, vosso Filho Jesus Cristo, que convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo.


QUARTA DOR – JESUS ENCONTRA SUA MÃE

Leitor 1: Na quarta dor, Maria vive os tormentos da Paixão de seu amadíssimo Filho ao encontrálo no caminho do Calvário.


Diácono: “Enquanto levavam Jesus, pegaram um certo Simão, de Cirene, que voltava do campo, e impuseram-lhe a cruz para carregá-la atrás de Jesus. Seguia-o uma grande multidão do povo e de mulheres que batiam no peito e choravam por ele” (Lc 23, 26-27).


Leitor 2: Meditando esta quarta dor, São José Maria Escrivá comentava: “Com imenso amor, Maria olha para Jesus, e Jesus olha para sua Mãe; os olhos de ambos se encontram, e cada coração derrama no outro a sua própria dor. A alma de Maria fica submersa em amargura, na amargura de Jesus Cristo. Diz o livro das Lamentações: “A vós, que passais pelo caminho, olhai e vede se há dor comparável à minha dor!” (Lam 1, 12). Mas ninguém percebe, ninguém repara; só Jesus. Na obscura soledade da Paixão, Nossa Senhora oferece a seu Filho um bálsamo de ternura, de união, de fidelidade; um sim à Vontade divina. Maria também mostra sua grande humildade pela qual se vence toda a soberba. Nos momentos de glória de Jesus esteve escondida... mas agora, na hora de sua Paixão, ela aparece e se faz presente aos pés da cruz, quando todos fogem.


Rezam-se um Pai-nosso, sete Ave-marias e um Glória.


Oração do presidente: Oh mãe santíssima, que encontrastes vosso filho no caminho do calvário, despertai nosso coração para acolher e viver o Reino do Pai. Que a autossuficiência, que muitas vezes invade a nossa existência, seja tirada de dentro de nós, para acolhermos com dignidade a verdade de Cristo, que é Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo. Amém.


QUINTA DOR – MARIA AO PÉ DA CRUZ DE JESUS

Leitor 1: Na quinta dor, Maria vê Jesus ser crucificado, vê o sangue jorrar de Suas mãos e pés, a cruz ser levantada e participa da agonia indescritível de seu amado Filho, até a morte.


Diácono: “E junto à cruz de Jesus estava sua mãe, e a irmã de sua mãe, Maria mulher de Cléofas, e Maria Madalena. Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa.” (Jo 19, 25-27).


Leitor 2: É o golpe mais cruel e mais profundo da espada predita por Simão. Quem poderia sofrer um martírio maior que este? Maria assiste a todo o requinte da malvadeza humana contra Jesus; Suas feridas abertas, a febre ardente, sede horrível... Só a onipotência divina pode sustê-la “de pé aos pés da cruz” (Jo 19,25). No escândalo do sacrifício da Cruz, Santa Maria estava presente, escutando com tristeza os que passavam por ali e blasfemavam meneando a cabeça e gritando: “Tu, que derrubas o templo de Deus, e em três dias o reedificas, salva-te a ti mesmo. Se és Filho de Deus, desce da Cruz”. Nossa Senhora escutava as palavras do seu Filho, unindo-se à sua dor: “Meu Deus, meu Deus, por que me desamparaste?” Que podia Ela fazer? Fundir-se com o amor redentor do seu Filho, oferecer ao Pai a dor imensa - como uma espada afiada - que trespassava o seu Coração puro. A Nova Eva, a verdadeira Mãe dos viventes, oferecia na árvore da cruz o fruto de seu ventre, para destruir o pecado daquela que ousou comer do fruto da árvore proibida.


Rezam-se um Pai-nosso, sete Ave-marias e um Glória.


Oração do presidente: Ó Maria, vós sois a imagem do povo fiel de ontem e de hoje, sois a Mãe do novo povo de Deus. Vós que estivestes em pé aos pés da cruz, e fostes fiel até o fim, junto de vosso Filho, animai este povo que vos ama a ser fiel como vós o fostes. Que jamais rejeitemos a fidelidade a Cristo, traindo seu amor. De vós aprendamos que toda a realização humana está no seguimento fiel de Jesus, vosso Filho e nosso Deus Salvador. Amém.


SEXTA DOR – MARIA RECEBE JESUS DESCIDO DA CRUZ

Leitor 1: Na sexta dor, a Mãe recebeu nos seus braços o Filho morto, que foi descido na cruz por Nicodemos e José de Arimatéia.


Diácono: “Ao entardecer, como era o dia da Preparação, isto é, a véspera do sábado, chegou José de Arimateia. Ele era membro importante do Sinédrio, e esperava o Reino de Deus. José encheu-se de coragem, foi a Pilatos, e pediu o corpo de Jesus. Pilatos ficou admirado que Jesus já tivesse morrido. Chamou o oficial do exército, e perguntou se Jesus já estava morto. Depois de informado pelo oficial, Pilatos mandou entregar o cadáver a José." (Mc 15, 42-45).


Leitor 2: Como afirmava São Bernardo, “a Mãe de Cristo entrou na Paixão do Filho através da ‘Compaixão’. Tal como Jesus um dia chorou ante o túmulo do amigo Lázaro, também Maria terá certamente chorado diante do corpo torturado do Filho”. Todavia, diz-nos Bento XVI, “a sua discrição impede-nos de medir o abismo da sua dor; a profundidade desta aflição é apenas sugerida pelo tradicional símbolo das sete espadas”. Virgem dolorosa, Senhora, Mãe das dores: Quero amar a meu Senhor. E quem me pode alcançar essa graça melhor que vós, que sois a Mãe do belo amor? Oh Maria, que a todos consolastes; consolai também a mim.


Rezam-se um Pai-nosso, sete Ave-marias e um Glória.


Oração do presidente: Ó Deus, que completais, por misterioso desígnio, a Paixão do vosso Filho em seus membros, atormentados por inúmeras angústias da vida. Concedei, vos pedimos, que assim como quisestes que a Mãe dolorosa estivesse junto a vosso Filho, morrendo na cruz, assim também nós à imitação da Virgem Maria, assistamos sempre, com a nossa caridade e conforto, os irmãos que sofrem. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.


SÉTIMA DOR – MARIA DEPOSITA JESUS NO SEPULCRO

Leitor 1: A sétima dor foi a da solidão da Mãe que deixou no túmulo o Filho amado.


Diácono: “Eles pegaram o corpo de Jesus e o enrolaram com panos de linho junto com os perfumes, do jeito que os judeus costumam sepultar. No lugar onde Jesus fora crucificado havia um jardim, onde estava um túmulo, em que ninguém ainda tinha sido sepultado. Então, por causa do dia de preparativos para a Páscoa e porque o túmulo estava perto, lá colocaram Jesus.” (Jo 19, 40-42).


Leitor 2: Sobre esta passagem, Santo Agostinho compara este jardim ao próprio seio da Virgem Maria, que, nem antes nem depois de Cristo algum outro foi concebido, tal como naquele sepulcro nenhum outro foi deposto, nem antes nem depois dele. O corpo do Filho de Deus repousa no sepulcro. E à entrada do sepulcro, uma grande pedra foi deposta, selado e vigiado pelos guardas. Foi-se embora o nosso Pastor, a fonte da água viva; por isso a Igreja chora sobre ele, como se chora a morte de um filho único, inocente. Nosso Senhor morreu. Mas antes, um dia, ele dissera: “Como Jonas esteve três dias e três noites no ventre do monstro marinho, assim o Filho do homem ficará três dias e três noites no seio da terra” (Mt 12, 40). E também: “destruí este templo e em três dias eu o levantarei” (Jo 2, 9).


Rezam-se um Pai-nosso, sete Ave-marias e um Glória.


Oração do presidente: Mãe de Cristo e da Igreja, nós vos acompanhamos em vossas dores. Continuai, ó Mãe, a ser nossa companheira inseparável enquanto vivemos nesta terra, até chegar o belo dia de estar convosco e com Jesus para sempre, vivendo a Vida plena, sem dor e sem pranto, nas alegrias eternas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.


Reza-se um Salve Rainha.

 
Canto: Maria, bendita Maria

MARIA, BENDITA MARIA,

MÃE GENEROSA, DE FECUNDO AMOR.

MARIA, SUBLIME MARIA,

RAINHA NOSSA, QUE NOS DEU O SALVADOR.


1) O Senhor é contigo, agora e sempre. Tua alma cantou. A glória de Deus tua fé exaltou. Teu silêncio falou da santa alegria teu coração me amou. Cantando o teu nome, glorifico o senhor.


2) Intercede por nós, ao teu Santo Filho. Escutai nossa voz que clama pedindo: livrai do mal atroz. Virgem pura rogai por nós pecadores dos pequenos lembrai, guiai nossa fé para junto do Pai.


Ave Maria, toda cheia de graça do Senhor! (bis)

 

INSTANTES DE SILÊNCIO


Leitura sobre Nossa Senhora do Silêncio, de Inácio Larrañaga, das Oficinas de Oração e Vida

Mãe do silêncio e da humildade, tu vives perdida e encontrada, no mar sem fundo do Mistério do Senhor.

Tu és disponibilidade e receptividade.

Tu és fecundidade e plenitude.

Tu és atenção e solicitude pelos irmãos.

Estás revestida de fortaleza.

Resplandecem em ti a maturidade humana e a elegância espiritual.

És Senhora de ti mesma antes de seres Nossa Senhora.

Em ti não existe dispersão.

Num ato simples e total, a tua alma, toda imóvel, está paralisada e identificada com o Senhor. Estás dentro de Deus e Deus dentro de ti.

O mistério total te envolve, te penetra e te possui, ocupa todo o teu ser.

Parece que em ti tudo ficou parado, tudo se identificou contigo: o tempo, o espaço, a palavra, a música, o silêncio, a mulher, Deus.

Tudo ficou assumido em ti, e divinizado.

Jamais se viu figura humana de tamanha doçura, nem se voltará a ver nesta terra uma mulher tão inefavelmente evocadora.

Entretanto, teu silêncio não é ausência, mas presença.

Estás abismada do Senhor e ao mesmo tempo atenta ao irmão, como em Caná.

A comunicação nunca é tão profunda como quando não se diz nada, e o silêncio nunca é tão eloquente como quando se comunica.

Faz-nos compreender que o silêncio não é desinteresse pelos irmãos mas fonte de energia e irradiação, não é encolhimento, mas projeção.

Faz-nos compreender que, para derramar, é preciso encher-se.

Afoga-se o mundo no mar da dispersão, e não é possível amar os irmãos com um coração disperso.

Faz-nos compreender que o apostolado, sem silêncio, é alienação, e que o silêncio, sem apostolado, é comodidade.

Envolve-nos no teu manto de silêncio e comunica-nos a fortaleza de tua fé, a altura de tua Esperança e a profundidade de teu amor.

Fica com os que ficam e vai com os que partem.

Ó Mãe admirável do Silêncio.

INSTANTES DE SILÊNCIO


EVANGELHO – LC 11, 27-28

Homilia


(5 minutos de oração silenciosa)


Reza-se um Pai-Nosso.

 
Canto: Maria, pequena Marina

Maria pequena Maria, tu és a brisa suave de Elias,

o sussurro do espírito de Deus.

Tu és a sarça ardente de Moisés

que leva o Senhor e não te consomes.


Tu és o lugar junto a mim que mostrou o Senhor a Moisés,

Tú és a fenda da rocha

que Deus cobre com sua mão

enquanto passa a sua glória.


VENHA O SENHOR CONOSCO

SE TEMOS ACHADO GRAÇAS A SEUS OLHOS.

É CERTO QUE SOMOS PECADORES,

MAS ROGA TU POR NÓS E SEREMOS SEU POVO E SUA HERANÇA.


Maria, pequena Maria

Filha de Jerusalém, mãe de todos os povos,

Virgem de Nazaré.

u és a nuvem do deserto que protege a marcha de Israel,

Tu és a tenda da reunião, a arca que leva a aliança,

o santuário da glória do Senhor.


Venha o Senhor conosco

se temos achado graças a seus olhos;

É certo que somos pecadores, mas roga tu por nós,

e seremos seu povo e sua herança.

 
Canto: Virgem do Silêncio

Nossa Senhora Virgem do Silêncio,

Quero sempre te amar.

Deitar no teu colo, sentir teu perfume,

Teu carinho materno ganhar.


Lágrimas de sangue nos teus olhos,

Estigma e martírio da alma.

Mãezinha minha vida

Pra igreja quero consumir.

Quero estar ao teu lado na cruz

Sofrendo as dores de Jesus.

E dizer que na loucura da cruz vou seguir.




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